O Egito, país que liga o nordeste da África ao Oriente Médio, data da época dos faraós. Monumentos milenares ficam ao longo do fértil Vale do Rio Nilo, incluindo as colossais Pirâmides de Gizé e a Grande Esfinge, bem como o Templo de Karnak, revestido de hieróglifos, o Templo de Luxor, e as tumbas do Vale dos Reis. A capital, Cairo, é o lar de marcos otomanos como a mesquita Muhammad Ali e o Museu Egípcio, um tesouro de antiguidades.
O Egito é o terceiro país mais populoso da África, com aproximadamente 84,4 milhões de habitantes. Mais de 90% desse contingente populacional reside nas áreas próximas às margens do Rio Nilo e na costa do Mar Mediterrâneo, já que as outras regiões do país são ocupadas pelo Saara, o maior deserto do mundo. O Rio Nilo é a principal fonte de vida e trabalho do país. Através dele é realizado o abastecimento de água e energia elétrica, possibilitando o desenvolvimento da atividade agrícola local. Os principais cultivos são de arroz, trigo, algodão e milho. Tambem há criações de ovelhas, cabras e aves. A produção e exportação de petróleo são essenciais para a balança comercial do país. O Egito ainda possui reservas de gás natural, carvão, manganês, minério de ferro e urânio. O setor industrial, pouco diversificado, baseia-se na produção de alimentos, principalmente os já mencionados.
Pontos turísticos
Cairo
A capital do Egito tem muito a ofertar. A cidade serve de ponto de partida para boa parte dos turistas que chegam para conhecer o país, e é lá que a maioria deles prefere ficar. Com uma grande rede hoteleira, estrutura de qualidade e serviços gastronômicos que agradam todos os gostos, é uma ótima opção.
Não dá para ir nesse lugar e não conhecer o Museu Egípcio e sítios arqueológicos como Memphis, Saqqara (onde você também encontra lindas pirâmides) e o famoso mercado a céu aberto Bazar Khan al Khalili.
Pirâmides de Gizé
Vamos começar, claro, pelo clássico! Ir ao Cairo e não visitar as Pirâmides de Gizé é como ir para o Rio de Janeiro e não conhecer o Cristo Redentor. Embora não sejam as únicas pirâmides no Egito, talvez seja possível dizer que são as principais. A complexidade e o tamanho das construções são realmente bem impressionantes.
Para se ter uma ideia de sua importância, é a única das Sete Maravilhas do Mundo Antigo que ainda sobrevive. Isso sem falar na imponência do visual. Uma curiosidade é que, apesar de até pouco tempo muita gente achar que elas foram erguidas por escravos, algumas descobertas foram feitas recentemente e hoje acredita-se que profissionais remunerados foram os verdadeiros responsáveis pela construção.
Elas foram erguidas por volta de 2700 a.C. com a finalidade de se tornarem tumbas para os faraós e suas famílias. Rodeadas de simbolismos, elas ficam localizadas no lado oeste do Rio Nilo, onde o sol se põe, simbolizando o lado da morte.
As pirâmides ficam num grande complexo arqueológico. Por isso, por lá você encontrará não só as pirâmides, mas também a famosa Esfinge e alguns túmulos e pequenos templos. No total, são três pirâmides (Quéops, Quéfren e Miquerinos).
Pirâmide de Saqqara
Bem pertinho do Cairo, a cerca de 33 quilômetros, está a Pirâmide de Saqqara. A importância dela não é pouca: trata-se da primeira pirâmide egípcia, com quase 4700 anos de existência. Ela foi construída em homenagem a Djoser.
Esta pirâmide fica no maior sítio arqueológico de todo o Egito, com uma extensão de quase 6 quilômetros quadrados. Lá você encontra também outros túmulos e mais onze pirâmides (embora nem todas estejam abertas ao público), e frequentemente sofre atualizações, já que constantemente há novas descobertas sobre as estruturas que estão ali.
Museu Egípcio
O Museu Egípcio do Cairo é o mais importante do país e um dos mais relevantes para a história do mundo como conhecemos hoje. Ele fica localizado na Praça Tahrir, bem no centro da capital. Inaugurado em 1863, o museu tem um impressionante acervo com cerca de 120 mil peças, que incluem peças do Império Antigo, múmias reais, estátuas como a de Nefertiti e o famoso tesouro de Tutancamon.
O tesouro de Tutancamon é o grande destaque do museu, e fica nas alas leste e norte. São aproximadamente 1700 peças que compõem o conjunto, sendo uma delas bastante conhecida dos livros de história: a máscara do faraó, em tamanho real, toda feita em ouro.
Khan el Khalili
Se o Cairo é famoso por conta da sua dinâmica urbana super caótica, o Khan el Khalili é totalmente a cara da cidade! Esse mercadão fica numa antiga região comercial da cidade e é um verdadeiro labirinto de ruas cheias de coisas incríveis para ver, comprar e, principalmente, negociar!
A história do mercado de mistura com a do Cairo, já que ele foi fundamental para tornar a cidade um ponto tradicional de comércio para o Egito, juntamente com o Al-Muski (outro mercado importante da cidade).
O Khan el Khalilli foi o melhor lugar que encontrei para fazer compras em todo o Egito! Não só porque as mercadorias são lindas, mas também pela variedade de produtos que você encontra por lá: tecidos, artesanato, roupas, temperos e itens de decoração. Além de ser um lugar incrível para passar uma tarde, é uma ótima opção de onde encontrar lembrancinhas e comprar coisas diferentes do que se costuma ver nas lojas turísticas mais comuns.
Dica: a palavra de ordem no mercado é negociação! Como não temos essa cultura no Brasil, pode ser um pouco difícil no início, mas depois que você pegar o jeito, vai conseguir fazer ótimas pechinchas!
Naguib Mahfouz Café
Ainda dentro do Khan el Khalili, não deixe de conhecer o Naguib Mahfouz Café. É um restaurante super tradicional que fica no coração do mercado. Num dia de maratona de compras pelo mercado, é uma excelente aposta fazer uma pausa por lá para comer bem e experimentar uma variedade incrível de pratos típicos da culinária árabe, seja um almoço, um lanche, ou mesmo para um chá ou café. Além da deliciosa comida, o restaurante sustenta a boa reputação por ter também um atendimento excelente.
Mesquita Al-Azhar
Outro local bem importante dentro do Cairo islâmico é a Mesquita Al-Alzhar. A sua relevância se dá não apenas pela sua arquitetura única, mas também por sua história. Ela foi construída em 970 d.C. e, pouco menos de 30 anos depois, passou a abrigar a maior universidade do Egito (e a segunda mais antiga do mundo).
Ela é um verdadeiro um oásis no meio do Cairo. Por lá, a tranquilidade reina, pessoas estudam, rezam e se encontram. Vale a pena começar o passeio pelo Cairo islâmico por ela.
Mesquita Muhammad Ali
A Mesquita Muhammad Ali é uma das principais e mais conhecidas no Cairo islâmico. Ela fica no topo da Cidadela, uma fortaleza medieval localizada no alto de uma colina.
O visual da Mesquita Muhammad Ali lembra bastante o da Mesquita Azul, na Turquia. A semelhança não é por acaso, já que o Egito era província do Império Otomano na época em que a mesquita foi construída por Muhammad Ali, que participou da fundação do Egito moderno.
Por dentro, a sua estrutura é incrivelmente bonita, com riqueza de detalhes e tudo feito em mármore e alabastro. Vale ir até lá por conta da beleza do monumento, da história do lugar e também pela paisagem que se tem lá do alto.
Mesquita Ibn Tulun
A Mesquita Ibn Tulun é a mais antiga do Cairo, tendo sido construída em 879 d.C. Além de ser a mais antiga, é considerada também a maior do Egito (e uma das maiores do mundo) em termos de área de terreno ocupado (são cerca de 7 hectares).
Ela foi construída por Ahmad Ibn Tulun para abrigar as tropas durante as orações de sexta-feira. Por dentro ela tem alguns pátios, com galerias e decoração super rica e detalhada. Outra curiosidade é que o minarete, aquelas torres que ficam do lado de fora, é o único desse tipo no Egito e se tornou um símbolo do Cairo.
Passeio de felucca pelo Nilo
Se você viu postais do Egito, provavelmente já deve ter se deparado com aqueles barcos à vela que navegam pelo Rio Nilo. Esses barcos são conhecidos como feluccas, e são usados como transporte pela população, mas é também uma super atração turística.
Além de ser uma ótima experiência passear (e molhar os pés!) por um dos rios mais importantes do mundo, a paisagem é maravilhosa! Uma recomendação é fazer este passeio bem próximo ao horário do pôr-do-sol, para ter um visual ainda mais lindo. De quebra, você ainda vê a agitação da cidade à noite começando.
Alexandria
Quem aí lembra de Alexandre, o Grande, das aulas de história? Alexandria foi fundada por ele e é uma das cidades mais famosas do país. Com estruturas históricas e cheias de interferência dos povos, engloba diversos cenários de um passado marcante.
Sendo assim, esse local se tornou, durante o reinado da famosa Cleópatra, o centro do poder. O palácio real de Montaza, a Biblioteca de Alexandria e as Catacumbas de Kom el Shoqafa são alguns dos lugares turísticos que você não pode deixar de conhecer.
Luxor
Há muito tempo, mais precisamente entre 1550 e 1070 a.C., Luxor se chamava Tebas, capital do Egito durante o período faraônico compreendido como “Império Novo”. Nessa época foram erguidos os mais importantes templos do país e o império egípcio ampliou seus limites territoriais como nunca antes fizera.
Hoje, a cidade possui o maior número de monumentos do país e enormes sítios arqueológicos. É um dos melhores destinos para todos os viajantes que querem conhecer de perto estruturas autênticas do Egito antigo.
Templo de Luxor
O Templo de Luxor foi construído por volta de 1400 a.C. e em 1979 ganhou o título de Patrimônio Mundial da Unesco. Contemplando estátuas, avenida de esfinges e colunas do faraó Amenhotep, o templo foi dedicado ao deus Amon e é um dos mais bem preservados da cidade.
Templo de Karnak
O maior templo do Egito é contornado por uma muralha com oito metros de espessura e foi construído provavelmente entre 2200 e 360 a.C. Impossível não se impressionar com o Salão Hipostilo, que tem mais de 5000 metros quadrados e 134 colunas adornadas, por exemplo, com esfinges na entrada, e muitos outros detalhes na estrutura.
Dica: é uma maravilha visitar o templo nas clássicas manhãs ensolaradas de Luxor. Porém, não deixe de contemplar o espetáculo noturno de luz e som, quando o local ganha luminosidade em pontos específicos e a história dele é narrada enquanto os visitantes passam pelos corredores. Imperdível.
Colossos de Mêmnon
Os Colossos de Mêmnon são duas estátuas de 18 metros de altura que representam o faraó Amenófis III e ficam no Templo Memorial de Amenhotep. Reza a lenda que pessoas que habitam por perto e visitantes já ouviram uma espécie de cantoria das imagens construídas com quartzito. Há até quem acredite que o monumento tem poderes místicos.
Por outro lado, pesquisadores garantem que a sonoridade surge por causa da evaporação da umidade que fica acumulada nas pedras. Sentiu curiosidade em ouvir o som misterioso?
Vale dos Reis
O Vale dos Reis é o local onde as antigas cortes sepultavam os faraós, quando já não era comum – e economicamente inviável – enterrá-los nas grandiosas pirâmides. É la que fica a famosa tumba do faraó Tutancamon.
Situado em meio a uma exuberante cadeia montanhosa, o vale conta com paredes pintadas e esculpidas há mais de 3 mil anos. 15 tumbas estão abertas para visitação.
Comida tradicional
Koshary
Se pensarmos qual é o prato que é a cara do Brasil, com certeza vamos falar feijoada. Se essa pergunta for feita em relação ao Egito, a resposta também será unânime: o Koshary.
Koshary é um prato 100% vegano, rico em carboidratos e super barato. Composto por diversos tipos de macarrão, arroz, lentilha, grão de bico, molho de tomate, molho de alho e cebola frita, o Koshary está presente nas ruas e nas casas de norte ao sul do país.
Hamam Mahshi
Pombo recheado é um dos pratos mais consumidos no país e também um dos mais caros (comparado às outras aves). As pombas são marinadas e recheadas com arroz ou freekeh, cebola, miúdos picados, especiarias diversas como canela, cominho, pimenta e nozes, depois grelhadas e servidas com salada e arroz. O hamam mahshi é um prato para ocasiões especiais, mas também é fácil de encontrar nos menus dos principais restaurantes tradicionais.
Mombar
Seria essa a versão egípcia da linguiça? Quase! Mombar nada mais é do que intestino de ovinos recheado com arroz e especiarias (às vezes adicionam também carne moída). A linguiça de arroz é cozida e posteriormente frita em óleo quente. O prato é muito comum em outros países como Síria, Argélia, Tunísia e Líbia.
Kunafa
Não podemos falar da culinária egípcia sem mencionar os doces, incluindo a paixão nacional: Kunafa. A Kunafa é uma sobremesa muito tradicional em todo o Oriente Médio, feita com massa bem fina, manteiga (samna baladi) e calda de açúcar (shorbat). Podem ser recheadas com nozes e uvas passas, creme de leite ou queijo. Algumas confeitarias criaram variações de recheios para este doce típico, como Nutella, tâmara, manga, morango, creme de biscoito lótus e chocolate. A Kunafa é muito consumida pelos egípcios principalmente durante o nono mês do calendário islâmico, o Ramadã.
No país a variedade de doces orientais é grande. Além da Kunafa, você encontra delícias como Ataif, Basbussa, Baklava, Feter e Ninhos de Nozes. As confeitarias têm vitrines lotadas com bandejas de doces, um mais delicioso do que o outro. Uma das sobremesas mais queridas do país é o Om Ali, uma espécie de pudim de forno com nozes, incrivelmente delicioso. Outros doces que estão presentes na casa dos egípcios são o creme caramel (uma versão do nosso pudim mas sem adição do leite condensado) e a malabeya (creme à base de leite, açúcar e amido).
Tradições egípcias
Dança do Ventre
A Dança do Ventre é uma dança de origem oriental, cujo surgimento exato em termos de localização histórica e geográfica é desconhecida. Ou seja, não se sabe ao certo onde e nem quando a Dança do Ventre se originou. A literatura histórica sobre este assunto é escassa e duvidosa, e os poucos autores que se arriscaram a escrever sobre isso nem sempre concordam, pois há poucos documentos e registros que atestam o passado histórico da Dança do Ventre. Devido à dificuldade de encontrar informações confiáveis, surgem diversas interpretações, teorias e hipóteses.
A mais aceita delas diz que a Dança do Ventre surgiu no Antigo Egito, em rituais e cultos religiosos, onde as mulheres dançavam em reverência a deusas: com movimentos ondulatórios e batidos de quadril, homenageavam e agradeciam às deusas que acreditavam ser as responsáveis pela vida da terra, pela vida gerada no ventre da mulher, e pelos ciclos da natureza e a fertilidade. Ou seja, tratava-se de uma dança ritualística, em caráter religioso, sem apresentações em público.
Há quem diga que, ao dançarem, as mulheres também se preparavam para ser mães, já que a movimentação da Dança do Ventre ajudava a fortalecer a região pélvica, facilitando o parto. Segundo esta teoria, quando os árabes invadiram o Egito, eles teriam se apropriado da Dança do Ventre e a disseminaram para o resto do mundo.
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