A Palestina é considerada um dos países islâmicos mais importantes e sagrados de todos os tempos, tendo status religioso, cultural, turístico e histórico inexistente em outros grandes países árabes. Está localizada na costa sul do Mar Mediterrâneo, estendendo-se por sua costa oriental até o Vale do Jordão, formando o lado sudoeste do Levante, o que lhe confere importância estratégica e a tornou um ponto de interesse para invasões por muitos países e civilizações - é o coração central do Oriente Médio, ligando o continente asiático (do lado ocidental) e o continente africano (ao norte). A Palestina também é considerada uma encruzilhada de todas as religiões e culturas. É por isso que estão lá algumas das cidades religiosas e históricas mais importantes do mundo, especialmente a capital, Jerusalém, que passou por muitas calamidades, mandatos e a sucessão de várias civilizações como governantes. Atualmente a cidade é totalmente controlada pela entidade israelense, que defende o direito de seu povo a terras, propriedades e até oliveiras desde a catástrofe de 1948, chamada de Nakba, na qual milhares de palestinos, ainda espalhados pelo mundo, foram deslocados e aguardam o retorno.
A Palestina está localizada no ponto geográfico de encontro dos continentes da Ásia e da África e forma a parte sudoeste do Levante, fazendo fronteira com a Síria e o Líbano ao norte e a Jordânia a leste; é limitada a oeste pelo Mar Mediterrâneo, e ao sul pelo Egito. É um país caracterizado por seu clima moderado e distinto, característico da região do Mediterrâneo, que é fria e chuvosa no inverno e quente e seca no verão.
Pontos turísticos
Mesquita de Al-Aqsa e a Cúpula da Rocha
A Cidade Velha de Jerusalém inclui a Mesquita de Al-Aqsa, que é o terceiro lugar mais sagrado para os muçulmanos no mundo. A Cúpula da Rocha é uma estrutura octogonal com quatro portões e faz parte da Mesquita de Al-Aqsa, e é o único edifício islâmico antigo que preservou sua forma e arquitetura.
Igreja da Natividade
A Igreja da Natividade está localizada 10 quilômetros ao sul de Jerusalém, no local conhecido pelos cristãos como o local do nascimento de Cristo. O local contém um mosaico do edifício original e também inclui igrejas e mosteiros latinos, gregos, ortodoxos e armênios, jardins, torres de sino e até um caminho de peregrinação.
Belém
A cidade de Belém é uma das cidades turísticas mais atraentes da Palestina, por ser considerada uma cidade sagrada para os cristãos, local de nascimento de Jesus Cristo. A UNESCO determinou o “Local do nascimento de Jesus: a Igreja da Natividade e a Rota de Peregrinação, Belém” como Patrimônio Mundial por "ser um local identificado com a tradição Cristã como o local de nascimento de Jesus Cristo, desde o século II. O local ainda inclui conventos e igrejas Latinas, Gregas Ortodoxas, Franciscanas e Armênias".
Hebron
Uma das cidades turísticas atraentes do Estado da Palestina é Hebron, famosa por seus locais históricos e religiosos, e é a cidade que contém a famosa Caverna dos Patriarcas, que dizem abrigar os túmulos dos Patriarcas.
Comida tradicional
Maqluba
Maqluba é um prato servido em todo o Levante. Consiste em carne, arroz e vegetais fritos colocados em uma panela que é virada de cabeça para baixo quando servida, daí o nome maqluba (“de ponta-cabeça”). A maqluba pode incluir uma variedade de vegetais, como tomate frito, batata, couve-flor e berinjela, e ser acompanhada de frango ou cordeiro. Os mais comuns são couve-flor e berinjela. Todos os ingredientes são cuidadosamente colocados na panela em camadas, para que quando a panela for invertida para servir, o prato tenha a aparência de um bolo, em camadas. A maqluba costuma ser acompanhada de pinoles e salsa fresca picada, salada e iogurte fresco, e muitas vezes é preparada para festas e grandes reuniões.
Musakhan
Musakhan é um prato da culinária árabe palestina, composto de frango assado com cebola, sumagre (sumac), pimenta da Jamaica, açafrão e pinoles fritos servidos sobre pão taboon. Também é conhecido como muhammar. Muitas vezes é considerado o prato nacional da Palestina.
O prato é simples de fazer e os ingredientes necessários são facilmente obtidos, o que pode contribuir para a sua popularidade. Musakhan é um prato que se come normalmente com as mãos. Geralmente é apresentado com o frango por cima do pão e pode ser servido com sopa. O termo "musakhan" significa literalmente "algo que é aquecido”.
Knafeh
Knafeh é uma sobremesa tradicional do Oriente Médio feita com massa filo ou, alternativamente, massa de semolina fina, embebida em xarope doce à base de açúcar e geralmente coberta com queijo e pistache moído. É muito popular no mundo árabe. Uma das preparações mais conhecidas de knafeh é o knafeh nabulsiyeh, que se originou na cidade palestina de Nablus e é a sobremesa palestina mais representativa e icônica. Knafeh nabilsiyeh usa um queijo de salmoura chamado Nabulsi. É preparado em um prato redondo grande e raso, a massa é colorida com corante alimentício laranja e às vezes coberta com pistache moído.
Roupas tradicionais
Os historiadores acreditam que o vestido palestino remonta à era cananéia, ou seja, há 3.000 anos. Foram encontrados alguns quadros e desenhos em que as roupas das rainhas cananéias eram bordadas nas mesmas formas de bordados que existem hoje, além do uso comum de fios de seda, segundo o livro das rainhas da seda.
A influência da civilização cananéia neste vestido também pode ser vista através dos desenhos de cobras e árvores que faziam parte dele, e a vestimenta era dominada pela cor vermelha (Canaã significa púrpura), cuja tonalidade varia de um lugar para outro - em Jaffa tende a ser vermelho brilhante ou bordô, e Beersheba é do avermelhado ao laranja. Com a entrada da civilização islâmica, a burca (cobertura para o rosto) e a cobertura para a cabeça foram adicionadas ao vestido palestino.
A característica mais proeminente da vestimenta palestina é a diversidade de trajes, cores, padrões e a qualidade dos bordados, de acordo com o caráter de cada região e sua diversidade geográfica, já que as regiões montanhosas se distinguem por um certo estilo que difere dele nas áreas costeiras ou desérticas, e não há dúvida de que os beduínos e as áreas urbanas não são iguais. As roupas do sul e do norte são bordadas de forma circular na forma de flores, pássaros e edifícios, enquanto os residentes de Jericó, na Cisjordânia, preferem usar decorações em forma de triângulos, que são chamados de "véus" porque acreditam que isso mantém os maus espíritos longe deles.
O vestido de montanha é desprovido de bordados devido à natureza da vida que obrigava as mulheres a trabalharem com os maridos no campo e não tinham tempo para a prática do bordado, como é o caso das vestimentas de cidades litorâneas como Majdal, Hamama e Jaffa, que se caracterizavam pela extrema simplicidade. Já o vestido nas regiões de Beersheba, Hebron e Ramallah é o oposto: ele se distingue pela intensidade do bordado devido à disponibilidade de tempo para as mulheres da cidade, e assim diz o provérbio palestino: “Falta de trabalho para aprender bordado”.
A vestimenta de Jerusalém é conhecida pela abundância de bordados e pela diversidade de desenhos, e é uma indicação do bem-estar das mulheres e de sua posição social. Esta vestimenta é caracterizada pela presença de um traço e um símbolo de todas as idades e civilizações que passaram por Jerusalém: o Alcorão como evidência do retorno de Jerusalém ao domínio árabe islâmico, bem como os efeitos da Nakba que mostram tristeza e saudade através do desaparecimento de cores brilhantes.
Pintado nas cores das flores de laranjeira e limão rodeado de cipreste, o vestido de Jaffa é caracterizado com jardins verdes, além de ter influência do vestido turco, que se estendeu a outras cidades como Tiberíades e Haifa. Isso se mostra através da saia e jaqueta bordadas à maneira turca.
O vestido Nablus é semelhante às roupas de Damasco, e isso se deve à natureza civil e comercial de Nablus que o ligava a Damasco e Aleppo, já que as mulheres usam um abaya preto e cobrem o rosto com um lençol que esconde seus traços, e estes são os sinais mais proeminentes de semelhança, enquanto as manifestações de diferença estão nas cores, bordados e linhas vermelhas e verdes. A gravata e o xale, que diferenciam esta região das demais, costumam ser feitos de fios de linho e seda.
Com o crescente interesse em preservar a autenticidade do vestido, a mulher palestina começou a transferir seus desenhos e compartilhar os símbolos de sua própria cidade com outras regiões. Por exemplo, a região de Hebron era famosa pela decoração da tenda de Al-Basha e os desenhos de engenharia prevaleciam nos bordados do norte da Palestina, na Alta Galiléia e em Safed, e a estrela cananéia se tornou esta estrela no traje de Belém, mas todas as decorações se encontram e se movem de um vestido para outro, independentemente da área geográfica, como uma espécie de ênfase na unidade dos territórios palestinos.
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